Nênê Baroukel

Nênê Baroukel nasceu no Amazonas entre 1912 e 1913.

Era declamadora e foi fichada pela DOPS/PE em agosto de 1938, quando de sua passagem pelo Recife, a caminho da terra natal. Nessa época, fez temporadas no Grande Hotel e, na sequência, no dia 19 de setembro, no Teatro de Santa Isabel, no qual realizou um recital de declamação com textos de autores como Menotti del Picchia e Olavo Bilac.

Sobre ela, no “Diario da Manhã”, o cronista Altamiro tece as seguintes palavras: Nênê Baroukel se affirma uma irradiação de vida, um desejo de sorrir, encantar a dominar como o rio de grandeza infinita.

O mesmo jornal reproduziu algumas linhas do escritor Benjamin Lima, publicadas originalmente no “Diario Carioca”, a respeito da primeira exibição das alunas de Nênê Baroukel, que também era professora de declamação:

Minha sympathia espiritual por Nenê Baroukel cresceu de muito em virtude de ella se haver disposto a ensinar a arte em que se fez tão exímia. E, porque se revelou emerita professora, avultou igualmente a admiração que, desde muito, lhe consagro. Costuma-se dizer que o magisterio resulta sempre funesto à virtuosidade dos artistas. Mas, de minha parte, não creio seja isso regra sem excepção.

Os grandes amorosos das artes que ao mesmo tempo, vivem praticando e ensinando não podem ter a sua divina flammma diminuída pelo simples fato dessa simultaneidade. […] Nenê Baroukel, como declamadora, encantava-me. Faz muito mais, entretanto, como educadora de sensibilidades em período de germinação: comove-me. Della […] Olavo Bilac poderia dizer, sem o menor exagero – ‘És a própria poesia’.

 

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