Sobre Artigos

Para contextualizar e refletir sobre as razões da produção e os significados da existência do conjunto de documentos que conforma a base desta pesquisa, o projeto O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos contou com a participação de pesquisadores de diferentes áreas. Os textos redigidos por cada um desses convidados apresentam para os visitantes deste endereço eletrônico diversos aspectos do universo analisado e facilitam o acesso aos milhares de documentos compilados e disponibilizados por esta iniciativa.

Autor do ensaio de apresentação do projeto, o historiador Durval Muniz de Albuquerque Junior tece uma emocionante e profunda reflexão sobre as diversas motivações que levaram a Delegacia de Ordem Política e Social de Pernambuco a fichar os artistas registrados no conjunto de verbetes pesquisado. Ao constatar que a documentação produzida pelo órgão policial aponta para redes e territórios pouco conhecidos nas narrativas oficiais da história cultural de Pernambuco, o pesquisador sugere em seu ensaio cinco possíveis cartografias para a cidade do Recife, motivando assim a criação de uma das sessões mais interessantes deste site.

Pesquisador convidado, o jornalista Alexandre Figueirôa apresenta um panorama da movimentação ocorrida nos campos das artes e do entretenimento no Recife entre os anos 1930 e o final da década de 1950, apontando as relações estabelecidas pelas cenas teatral, cinematográfica e mundana com as autoridades governamentais e os órgãos policiais locais, dedicados ao controle das diversões públicas. O autor assinala também momentos e espaços de encontro entre nomes expressivos da cena cultural local e os artistas que, em trânsito por Pernambuco, foram fichados pela DOPS/PE.

O artigo disponibilizado pela historiadora Marcília Gama permite aos visitantes deste site compreender a lógica da vigilância e do controle político e social exercidos pela Delegacia de Ordem Política e Social em Pernambuco até o final da década de 1950. A pesquisadora expõe um panorama sobre o aparato repressivo existente no Estado no período anterior à criação da DOPS/PE para, então, discorrer sobre atividades exercidas pelo órgão policial e a evolução de seu estrutura administrativa-burocrática, com destaque para o funcionamento do seu arquivo. Enfatizando o papel da informação como elemento legitimador da repressão, o texto aponta os primeiros indícios de articulação do órgão em rede nacional e internacional.

 

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