Ocultismo e Quiromancia

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Jornal Pequeno, 1956. BNDigital

 

Se um grupo de teatro ou mesmo um bar provocavam os olhares mais inquisitivos do aparelho repressor do Estado, vale pensar no nível de desconfiança com o qual o Estado Novo via as chamadas (erroneamente e preconceituosamente) “ciências ocultas” – uma desconfiança concentrada principalmente nos seus praticantes.

Na DOPS/PE, o prontuário funcional 1023, intitulado “Ocultismo e Quiromancia”, reflete a discriminação legal criada no início do período republicano no Brasil. Não eram permitidos “espiritismo, magia e cartomancia” e “curandeirismo”, criminalizando assim centros espíritas e religiões de matriz africana.

Em Pernambuco, na DOPS, os investigadores alertavam para as atividades de duas videntes, Madame Izabel,  cuja clientela era atendida na avenida João de Barros, 523 , esquina com a Visconde de Suassuna, e a “professora Madame Ana”, que atuava na “Grafologia, Astrologia e ciências espirituais”. O recorte de jornal anexo ao prontuário afirma que Madame Ana era dona de fama mundial de ocultista e quiromante e que supostamente vinha do Oriente em peregrinação pela Europa e América do Sul.

Nos arquivos da DOPS/PE, encontram-se também informações sobre Madame Beatriz e Tahara Bey – ambos prontuariados – e fichas de diversas pessoas que atuaram como telepatas, cartomantes, clarividentes e ilusionistas.

 

 

 

 

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