Hotel e Boite Samburá

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Jornal Pequeno. BNDigital

 

A história do Hotel e Boite Samburá (ou somente Boite Samburá) na cidade está cercada de polêmica. Jornais de 1950 e 1960 trazem notícias pouco pacíficas sobre o estabelecimento, a maioria delas trazendo a proprietária Berta Trajano como tópico principal. Em um desses casos, Berta se defende das acusações feitas pela artista Lucrecia Torralba, bailarina espanhola que se apresentou na boate ao lado de um conjunto de bailarinos. Lucrecia tinha acusado Berta de não ter feito o pagamento relativo ao contrato para a apresentação do grupo no Recife, além de ter retido seus documentos. Na matéria publicada pelo “Diario de Pernambuco” de 27 de março de 1958, a dona do Samburá refuta a informação e apresenta um recibo emitido por Lucrecia.

Outra notícia, também veiculada no “Diario de Pernambuco” (15.04.1958), fala sobre um tumulto no estabelecimento depois que sua direção criou uma taxa de consumação mínima para a permanência no local. Segundo o periódico, houve confusão envolvendo jovens transviados que insistiram em permanecer no recinto sem pagar o valor estipulado.

Na DOPS/PE, há um prontuário com o nome do hotel e boate. O único documento existente ali é um recorte de uma notícia do “Jornal do Commercio” do dia 28 de dezembro de 1957, sem paginação. A nota intitula-se “Protesto” e apresenta um relato de Berta, defendendo o estabelecimento de difamações e alegando que o Samburá é um recanto agradável para todos os seus frequentadores, não se tratando de uma casa de lenocínio (lugar onde se explora a prostituição). Na nota, a proprietária faz ainda um apelo para o Sr. Delegado para que se repita no bairro de Boa Viagem a mesma ordenação, ou limpeza, que ocorreu no centro da cidade, caso contrário Boa-Viagem terá sua reputação como uma Sodôma e Gomorra.

Entre as artistas presentes no fichário, o Hotel e Boite Samburá consta como local de residência e trabalho de Olga Dusal e Rita Dolores.

 

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