Clube Náutico Capibaribe

DM_1946.12.12_P.7

Diário da Manhã, 12.12.1946 – APEJE-CEPE

 

Associações civis, de caráter desportivo ou recreativo, também precisavam renovar, no Estado Novo, sua licença junto à Comissão de Censura e Diversões Públicas, subordinada à Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Pernambuco. É aí que entra o Clube Náutico Capibaribe, entidade também presente entre os prontuários funcionais da DOPS/PE. Nos documentos, encontram-se duas fotos da fachada da sede, situada na avenida Conselheiro Rosa e Silva, 1086, uma portaria autorizando seu funcionamento e um telegrama da delegacia informando o desligamento de um sócio do clube (em resposta a uma mensagem de rádio enviada pela DOPS de Sergipe).

O Clube Náutico liga-se ao fichário dos artistas mundanos pela presença comum, no clube, de pugilistas ou praticantes do que era conhecido como catch-as-catch-can ou catch wrestling, uma categoria de luta originária da Inglaterra e com grande sucesso nos carnavais norte-americanos dos séculos 19 e 20. A fama era, em parte, derivada do caráter espetaculoso do esporte – algo que acontece ainda hoje, nas versões televisionadas dessa modalidade. Um dos nomes presentes no prontuário que foca o tema é o de René Bastos de Miranda, ex-militar expulso do exército por participar do levante comunista de 1935, no Rio de Janeiro. René e outros praticantes do esporte, tanto no Náutico quanto em outros espaços da cidade, foram fichados pela DOPS/PE.

 

 

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