Norberto Americo Aymonino

Norberto Americo Aymonino, conhecido na vida artística como Aymond (ou Aimon), nasceu em Dolores, na Argentina, no dia 24 de abril de 1902.

Aymond era transformista e costumava se apresentar no Rio de Janeiro, alcançando sempre grande sucesso. Por despacho do Ministro da Justiça, Aymond obteve o visto de residência permanente em outubro de 1954, tendo morado em várias cidades do país.

No final de 1938, esteve em cartaz no grill room do Grande Hotel, no Recife. Nessa ocasião, seu show era anunciado de forma bastante sensacionalista nos jornais pernambucanos: Aymond, em suas curiosas e brilhantes apresentações – Homem ou mulher? e Aymond, artista de dupla personalidade, em apresentações e tipos variados, diziam alguns dos anúncios publicados no “Diario da Manhã”.

No início de 1942, Aymond foi fichado pela DOPS/PE. Desde o final do ano anterior, o transformista era uma das atrações da Festa da Mocidade, despertando a atenção do público local, como demonstra uma reportagem publicada no “Diario da Manhã” em dezembro de 1941 e assinada por L.L.:

Aimond é transformista, conforme anuncia o animador do espetáculo. E é transformista de verdade. Apresenta-se em toilette feminina (aliás, em linda toillete feminina), tem voz de mulher, corpo de mulher, pele de mulher, braços e pernas de mulher, mas Aimond, apesar de tudo isso, não é mulher, é homem. Na rua, está de calça, paletó, colarinho e gravata, embora conserve a pele, os braços, o corpo e as pernas de mulher. No palco, agrada com a sua camouflage, que tanto impressiona. Aimond em certos casos é mulher e em outros, homem. Agora, pergunta-se: no caso de mobilisação, qual seria a situação de Aymond, o transformista?

Por essa mesma época, Recife recebeu outro transformista em seus palcos: Walter Bank, artista norte-americano anunciado como o homem-mulher, em cartaz no Cine Teatro Avenida em 1941.

 

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