Circo Hispano-Americano

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Jornal Pequeno, 05.10.1950. BNDigital

 

Os palhaços Luiz e Palito; os trapezistas do grupo Quatro Diabos do Ar; os famosos contorcionistas Natalio e Adolph, os Sharf Brothers; o professor Gilbert e seus cães adestrados; o Duo Casarine; o Cavalo Sultão; Capitão Richard e suas leoas africanas, além dos Irmãos Gallo, os menores homens do mundo, eram algumas das atrações do Circo Hispano-Americano, cuja primeira temporada no Recife aconteceu em outubro de 1950 (“Jornal Pequeno”, 10.10.1950). De acordo com os periódicos locais, ficaria apenas um mês na cidade, saindo no dia 31 do mesmo mês da capital pernambucana em direção à Venezuela.

O curto período no qual o circo esteve no Recife, no entanto, foi suficiente para que ele chamasse a atenção das autoridades policias da DOPS/PE. Na documentação da extinta delegacia, encontramos indícios de que pelo menos 13 artistas do Circo Hispano-Americano tiveram sua passagem registrada entre os dias 17 e 24 de outubro de 1950, entre eles Sixto Gallo (dos Irmãos Gallo), os artistas acrobatas Pablo Lautaro Pereira, Oscar Deccia e Ricardo Montana, o contorcionista Natalio Sharf, além do adestrador de cães Sebastião Gilabert.

Foi a primeira e única temporada do circo argentino na cidade. Segundo o “Jornal Pequeno” (edição de 10.10.1950), a lona foi instalada no local no qual ocorria a chamada Festa da Mocidade, sempre no Parque Treze de Maio. Ali, no dia 11 de outubro, em decorrência do Dia das Crianças que seria comemorado um dia depois, aconteceu uma matinê infantil para os menores mantidos pela Casa de Misericórdia. Segundo os jornais, mil crianças compareceram ao espetáculo – periódicos trazem as fotografias desse show especial dirigido por Juan Sanchez, o diretor do circo. O “Diario de Pernambuco”, na edição de 07 de outubro de 1950, enalteceu a lona do argentino: com anões, acrobatas e domadores oferece ao público recifense a vaga esperança de termos um circo propriamente dito e não um teatro ambulante na cidade. A alfinetada dirigia-se a outros circos que circulavam pela capital, vários deles, como o Garcia e o Fekete, com amplo espaço destinado o circo-teatro.

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