Circo Teatro Sá
Anunciado pelos jornais locais como uma companhia acrobata e dramática, o Circo Teatro Sá, presente em Pernambuco nos anos 1940, teve pelo menos cinco dos seus artistas registrados na DOPS/PE. Um deles foi Nelson Alves da Silveira, também conhecido como Palhaço Biriba, famoso na época. Nos anúncios do circo publicados no “Diario da Manhã” de 22 de novembro de 1946, lia-se sobre a comédia “Biriba à procura de casamento”. O artista, que faleceu em 1977, é o pai de Teófanes Silveira, o conhecido Biribinha, com mais de 50 anos de carreira.
O nome de Nelson também está relacionado à peça “Santa”, dirigida por ele e exibida pelo Circo Teatro Sá em 1946. Na época, o espetáculo foi considerado impróprio para menores de dezoito anos.
Como o próprio nome da lona indica, o circo privilegiava a exibição de espetáculos teatrais, alguns deles escritos ou dirigidos por artistas locais. Entre os diretores do circo, além de Nelson Silveira, estava o ator Xavier de Sá. A trupe apresentou, na tenda armada no Parque Treze de Maio, o drama “O mártir do calvário”. No ano seguinte, em 1946, viajou para Garanhuns, cidade que viu as peças “Deus lhe pague” (de Joracy Camargo) e “Esfinge” (de Silvino Lopes). (“Diario de Pernambuco” de 24.07.1946). O circo retornou ao Recife em outubro do mesmo ano e novamente foi para o Parque Treze de Maio, local disputado pelas lonas brasileiras de então. Foi justamente nessa temporada que Nelson Silveira trouxe a peça “Santa” para o palco. Outros espetáculos da trupe que marcaram história da companhia: “O interventor”, de Paulo Magalhães; “Os transviados”, de Amaral Gurgel; “Deus e a natureza”, de Arthur Rocha; e “A pena de morte”, de José Joaquim da Silva. Todas foram apresentadas quando a lona deslocou-se para Casa Amarela, ainda em 1946. Em dezembro do mesmo ano, foram para Limoeiro, no interior, onde exibiram “A louca da aldeia”.
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