Maria Wiesner
Maria Wiesner nasceu em Viena, Áustria, no dia 20 de dezembro de 1910.
Era praticante de luta livre e integrava a Troupe Internacional de Mulheres Lutadoras.
Em janeiro de 1951, Recife recebeu lutadoras de vários países, sendo que algumas delas se apresentaram no campo do Clube Náutico Capibaribe no início daquele mês.
Alguns dias depois, era a vez da Festa da Mocidade apresentar um espetáculo de luta livre feminina, levando a Troupe Internacional de Mulheres Lutadoras ao seu Teatro de Variedades. Foi nessa ocasião que a austríaca Maria Wiesner foi fichada pela DOPS/PE, em fevereiro de 1951.
A presença das lutadoras no Recife impressionou bastante o público local. Em artigo de destaque, intitulado “Mulher macho, sim, senhor!” e publicado no “Jornal Pequeno”, no dia 27 de janeiro de 1951, o jornalista Zilde E. Maranhão conta sua surpresa, da qual segue-se um pequeno trecho:
Sempre tive para mim que a mulher simbolisa o amôr. Representa ‘um cântico de felicidade no jardim discreto da penumbra’, como costuma dizer o cronista Altamiro Cunha. A mulher é ternura. Nunca poderia supor que existisse mulher macho, sim, senhor. (…) Hoje, sei que existe mulher macho e já o amor deixa de ser romantico. Nesta nossa era, não se vê mais uma Julieta; Amélia somente nas letras dos sambas. As lutadoras que aqui se exibiram são provas disso. (…) Faz pouco mais de uma semana que a nossa pacata cidade se alvoroçou – mulheres que deixaram de lado as canções maternas para se exibirem num ringue de luta livre aqui aportariam. E de fato, (…) outra coisa não vinham fazendo todas as noites senão medirem forças a trinta cruzeiros por poltrona. Em vez de carícia… Tapa. Se a moda pega… Fiquei com medo das mulheres em geral. Eu, com esse corpo que Deus me deu, se levasse um golpe de pescoço dado por uma dona… Basta. Não quero pensar nisso.
Em comunicado oficial, publicado no mesmo jornal no dia 15 daquele mês, o comitê organizador da XIV Festa da Mocidade narra as vicissitudes financeiras para garantir a apresentação da trupe de fama internacional. Convida o público pernambucano a comparecer à festa e afirma: o popularíssimo preço de Cr$ 3,00 (três cruzeiros) seria mantido.
Ficha Consular - Frente Agosto de 1950 Arquivo Nacional
Ficha Consular - Verso Agosto de 1950 Arquivo Nacional
Jornal Pequeno (PE) 15.01.1951 BNDigital
Jornal Pequeno (PE) 15.01.1951 BNDigital
Jornal Pequeno (PE) 27.01.1951 BNDigital
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