O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos

Janina Maryla Bloch

Janina Maryla Bloch nasceu em Varsóvia, na Polônia, no dia 22 de março de 1920.

Era pintora e fotógrafa e chegou ao Brasil em 1941, residindo, inicialmente, no Rio de Janeiro. Na capital federal, conheceu o português Joaquim Germano de Matos Siqueira, com quem passou a viver, sem casamento formal.

Ambos chegaram ao Recife no dia 22 de maio de 1942 pelo navio Almirante Jaceguay, procedente do Rio de Janeiro, e se hospedaram no Hotel Central. Tempos depois, sua residência é registrada na rua Nicarágua, 139, no bairro do Espinheiro.

Redigido no dia 21 de junho de 1944 e anexo ao prontuário 9296, produzido pela DOPS/PE a respeito da artista, um relatório da polícia local afirma ser Janina filha de uma abastada família, que após concluir estudos em Londres, encontrava-se a passeio em Paris quando estourou a Segunda Grande Guerra. Com a invasão da França pelos nazistas, fugiu para Cannes e dali para a Espanha, onde sua mãe veio a falecer em decorrência de pneumonia. Janina seguiu para Portugal e dali, migrou para o Brasil. O relato menciona ainda seu encontro e casamento informal com Matos Siqueira, também prontuariado pela DOPS/PE. Por fim, o relatório indica que o pai de Janina era Presidente da Corte de Justiça Militar do Governo Polonês, exilado em Londres.

Em nota de informação nº 8909, emitida no dia 25 de setembro de 1944, o comissário chefe do arquivo informa que o requerente (no caso, Janina) não registra antecedentes que o possam comprometer presentemente.

Nos jornais locais do Recife, o nome da artista estava sempre associado ao de seu companheiro, sendo nomeada como Janina Matos Siqueira. Segundo notícia publicada pelo “Diario de Pernambuco” no dia 10 de dezembro de 1944, Janina participou do 1º Salão Pernambucano de Fotografia e realizou exposição de pinturas em “A decoradora”, situada à Rua da Imperatriz, 193, em abril de 1946. Uma nota publicada no “Jornal Pequeno” afirmava que a obra de Janina se caracterizava por motivos regionais. A pintora polonesa ganhou também três prêmios do Concurso de Tipos, promovido pela Diretoria de Documentação e Cultura (DDC) nesse mesmo período.