René Bastos de Miranda

René Bastos de Miranda nasceu em Salvador, capital da Bahia, no dia 15 de janeiro de 1913.

Foi fichado e prontuariado pelos investigadores da DOPS/PE quando esteve no Recife para se apresentar no Clube Náutico Capibaribe em 1946. Registrado como lutador, exibia-se em eventos públicos na modalidade conhecida por catch-as-catch-can. No prontuário individual 7778, aberto pela polícia local a seu respeito, René aparece como ex-militar: foi sargento do 3º Regimento de Infantaria, no qual se iniciou a Intentona Comunista, ocorrida a 27 de novembro de 1935, da qual René fez parte.

Em outro prontuário individual, aberto em nome de Antonio Pedro Cavalcanti, encontra-se um relatório sobre a insurreição na capital federal, então, a cidade do Rio de Janeiro, no qual consta o seguinte trecho:

outro elemento que se colocou ao lado dos rebeldes durante a revolta foi o Sargento René Bastos de Miranda. Sempre ao lado do Tenente David de Medeiros Filho, auxiliou-o na prisão de oficiais e na condução destes para o Casino. Isto, aliás, o acusado confessou ao ser ouvido […], dizendo ‘que assim procedera sob ameaça de morte por parte do Tenente David’.

Nas acareações feitas pela polícia, contudo, foi decidido que René agira de livre e espontânea vontade, pelo quê foi condenado à prisão na Colônia Correcional de Dois Rios. Pelo mesmo motivo, foi expulso do exército, tendo sido posto em liberdade dois anos depois, em 1937. No entanto, quatro meses depois, foi novamente condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional a mais sete anos e três meses de prisão. Em 1940, foi enviado à polícia do estado da Bahia e, posteriormente, remetido ao presídio político de Fernando de Noronha.

No campo de sua trajetória na luta livre, a edição de 12 de dezembro de 1946 do “Diario da Manhã” anunciava que René perdera de Mesnick, lutador russo, aos quatro minutos da contenda. A temporada de lutas foi amplamente noticiada e René ainda lutou outra vez, contra o pernambucano Maromba, tendo sido novamente derrotado. A temporada de 1946 foi lembrada nos anos seguintes por suas grandes lutas. Em 1954, sua presença era aguardada para a temporada de lutas patrocinada pela Federação Pernambucana de Pugilismo no Teatro de Emergência Almare.

 

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