Festa do Rubi

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Diário da Manhã. APEJE-CEPE

 

Organizada pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito, a Festa do Rubi marcou o calendário festivo da cidade. A partir de meados dos anos 1930, estudantes universitários foram responsáveis pela criação e organização de certames que ganharam extrema importância na vida social do Recife. A celebração tinha quase tanta popularidade quanto a Festa da Mocidade, a maior e mais famosa quermesse acadêmica realizada na capital pernambucana (outros eventos, como a Festa da Esmeralda, produzida pelos estudantes da Faculdade de Medicina, também mobilizavam a população local.).

A Festa do Rubi dividia-se entre privada e pública. Havia o Baile do Rubi, um encontro restrito, com ingressos pagos, e uma festa pública (esta sim, chamada de Festa do Rubi), gratuita e realizada no Largo da Faculdade de Direito do Recife. Bandas, números de dança e teatro faziam parte da programação exuberante. A primeira edição do evento aconteceu em 1935, trazendo conjuntos musicais, clubes, blocos, troças e maracatus.

A ideia era organizar uma festa para beneficiar a Casa do Estudante de Pernambuco. Em 1936, o Diretório Acadêmico de Direito resolveu estender a festa para além da cidade: João Pessoa e Caruaru tiveram suas próprias edições. Era o começo da popularidade do encontro.

No Recife, no mesmo ano, o evento ganhou destaque na imprensa local. Os jornais anunciaram que o Baile do Rubi seria realizado no Jockey Club do Recife e o festejo público na Praça Adolfo Cirne, situada em frente à Faculdade de Direito (parte da renda seria revertida para o abrigo dos lázaros). Mas foi em 1937 que a festa ganhou mais atenção do poder de então: o D.A. de Direito passou a contar com o patrocínio de diversas autoridades políticas, militares, além dos órgãos da imprensa local e empresas privadas.

Com dinheiro em caixa, a festa passou a durar nada menos do que quinze dias. Concurso de Rainha dos Estudantes e parques de diversões passaram a constar na agenda do evento a partir de 1941. Em 1942, mais novidades: números de luta greco-romana e teatro de variedades com a participação de diversos elementos artísticos vindos do Sul, segundo o “Diario de Pernambuco” de 14 de maio de 1942.

Entre os artistas registrados pela DOPS/PE que declararam como local de trabalho a Festa do Rubi, destacam-se o ator Mauricio Tajman, conhecido na vida artística como Maurice Tamara e fichado no início da década de 1940, e a bailarina acrobática Geraldine Virgínia Pike, cuja ficha de registro na delegacia foi perdida, mas seu prontuário continua presente entre a documentação do acervo.

 

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