Exposição Nacional de Pernambuco

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Agamenon Magalhães discursa na Exposição Nacional de Pernambuco. Fotografia do APEJE

 

Entre dezembro de 1939 e janeiro de 1940, o Recife foi palco de um evento histórico realizado no movimentado Parque Treze de Maio: sessenta e seis municípios pernambucanos e dezessete estados brasileiros fizeram parte da chamada Exposição Nacional de Pernambuco, classificada pela imprensa local como a maior demonstração da unidade nacional e do valor das forças produtoras do pais (“Diario de Pernambuco”, 16.12.1939). A feira privilegiava indústria, comércio e agropecuária (os criadores locais solicitaram ao governo pernambucano que a Feira de Animais de Pernambuco fosse anexada a um dos pavilhões da exposição).

Para além de negócios, porém, a exposição era diversão. Nas suas dependências, foram montados um restaurante, uma sorveteria e diversos bares, inclusive um grande bar instalado pelas empresas Fratelli Vita e Companhia Brahma. Havia ainda apresentações de teatro de variedades e radioteatro. É aí que a exposição ganha presença nos arquivos da DOPS/PE: diversos artistas contratados para a feira – e fichados na delegacia – declararam a Exposição Nacional de Pernambuco como lugar de trabalho, entre eles Zé Coió (Roberto Ferreira), a dupla Yola e Paul, formada pelo casal Maria e Paul Biró, os integrantes do Trio Arosco, liderado por Miguel Sorá Matos, a cantora Linda Rodrigues (Sophia Gervazoni) e a atriz Noêmia Soares, integrante do Trio da Gargalhada.

Estava montado no local ainda o parque de diversões Shanghai, que tinha sede na Argentina. Os brinquedos eram disputados por crianças e adultos: Water Shool, Bicho da Seda, Chicote Moderno, Lindy Loop, o Carrossel Romano, todos inéditos à população do Recife. Outra atração contratada foi a Companhia Norte Americana Cidade dos Anões, uma curiosa organização teatral composta por quarenta artistas. Já a Companhia Meridional Filmes foi responsável pela instalação de um cinema falado e musicado. A propaganda ideológica, é claro, estava presente: entre os pavilhões, chamava atenção o do Ministério da Justiça, denominado Anticomunista, composto por mostruários referentes à campanha contra os vermelhos, uma das principais preocupações políticas do Estado Novo.

 

 

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