Columbia Pictures of Brazil

Columbia

Prontuário Funcional 160-D. Fundo SSP-DOPS/PE – APEJE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com dois representantes de origem judaica à frente, a norte-americana Columbia Pictures (que nos anos 1940, produziu filmes como “Supermane “A dama de Shangai) manteve um escritório na rua Marques de Olinda, 192, no Bairro do Recife. A empresa foi aqui vigiada pela DOPS/PE, que interessou-se pelas presenças do funcionário Eber Alfred Goldberg e do gerente geral da companhia no Brasil, Lignart (ou Sigwart) Kusiel, alemão naturalizado norte-americano. Certamente, a origem de ambos causou especial atenção por parte dos investigadores.

Há no prontuário funcional a respeito da Columbia um documento (datado de 02.02.1943) intitulado “Judeus alemães representantes de fábricas de filmes cinematográficos”, no qual se lê que “nos últimos dias chegaram ao Recife de avião, os seguintes alemães, que se dizem judeus e viajam como representantes de companhias cinematográficas”. Citam Ernest Alexander Hirsch (Paramount Films), Kurt Maschke (Metro Goldwyn Mayer) e Eber Alfred Goldberg (Columbia Pictures of Brazil), todos prontuariados individualmente pela DOPS/PE. O documento também traz nomes de outros judeus alemães ligados a empresas de ramos diversos.

Antes da chegada de Goldberg, a Columbia era representada extra-oficialmente pela firma de A. Carneiro Filho. Após a instalação do escritório local, ficaria a cargo de João Barbosa da Silva, ex-funcionário da Fox Films. Segundo o prontuário funcional a respeito da empresa, Lignart (ou Sigwart) Kusiel esteve no Recife por duas vezes. A primeira vez aconteceu em dezembro de 1942, quando fez também viagens ao norte com o objetivo de inspecionar outras agências da Columbia. A outra viagem aconteceu em agosto de 1943, por conta de negócios referentes à exibição da película “Bonita como nunca” no memorável cine Art-Palacio. A Columbia ficava nas vizinhanças de outros escritórios de empresas cinematográficas como a Fox Films do Brasil e a MGM Brasil e de vários bares e cassinos, todos localizados na área portuária da capital pernambucana, situada no Bairro do Recife. Era um momento de efervescência na cidade – efervescência, é claro, que acontecia sob o olhar investigativo do Estado Novo.

 

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