Osvaldo Gomes Canecchio

Osvaldo Gomes Canecchio, conhecido pelo nome artístico Badú, nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 02 de fevereiro de 1914.

Ao longo de sua carreira, trabalhou como ator, particularmente dedicado ao gênero da comédia. Atuou no teatro, cinema, rádio e televisão. O nome Badú tem origem em um apelido dado por seus pais quando ainda era criança.

Na cidade de Campinas, iniciou sua trajetória artística em montagens teatrais locais. Formou-se professor em meados de 1930, na mesma época em que teve sua primeira experiência no rádio, quando atuou como locutor em um programa de humor da Rádio Educadora de Campinas. No início dos anos 1940, ingressou na faculdade de medicina. Tempos depois, trocou os estudos na área da saúde pelo humor profissional.

Contratado pela Rádio Tupi de São Paulo, participou dos programas “Ondas alegres” e “Casa da sogra”. Nessa fase da carreira, alcançou grande popularidade. O sucesso fez com que Badú fosse o único artista do rádio paulista convidado a fazer parte da série de espetáculos chamados da “Festa da Vitória”, organizada pelo grupo dos Diários Associados, com apoio da Força Aérea Brasileira, para dar estímulo à Força Expedicionária Brasileira (FEB), que em 1944, partiria para o campo de batalha, na Itália. A iniciativa foi inspirada pelas apresentações de artistas de Hollywood nas bases aéreas norte-americanas, situadas em Natal e em Fortaleza.

Em Pernambuco, a II Festa da Vitória foi realizada em Fernando de Noronha e no Recife, em dias consecutivos. Na ocasião, exibiram-se Badú, Bob Nelson e outros artistas, como Dorival Caymmi, Zilá Fonseca e a dupla caipira Brinquinho e Brioso, conforme notícia publicada pelo “Diario de Pernambuco”, em 27 de outubro de 1943.

Em abril de 1948, Badú chefiou a Embaixada ou Caravana da Alegria, composta por 15 artistas do rádio e do cinema. Segundo notícia publicada no dia 03 de abril, pelo “Diario de Pernambuco”, a Caravana teria fretado um voo para fazer um aeroshow surpresa em diferentes capitais brasileiras. Calhou que no Recife, o show foi realizado no dia 1º de abril, o Dia da Mentira, no Teatro de Santa Isabel. A audiência foi pequena, provavelmente, porque pouca gente acreditou que a notícia do show seria verdadeira naquele dia.

Ainda segundo o jornal, no dia seguinte à essa apresentação, eles estiveram nas fábricas do Recife; hoje não sabem ainda em que porta bater, justamente porque o que caracteriza essa caravana de cantores aliados é o gosto pela improvisação, a incerteza do pouso, o assalto ao primeiro palco desocupado.

Foi por ocasião dessa estadia na cidade que Badú, assim como outros integrantes da caravana, foi registrado pela DOPS/PE em 03 de abril de 1948. Apesar dos palcos incertos, ou talvez, por esse motivo, declarou como local de trabalho apenas a emissora Radio Club de Pernambuco.

Durante sua passagem pelo Recife, participou ainda de outros eventos culturais, além das apresentações na Rádio Clube de Pernambuco. Badú e a Caravana da Alegria apresentaram-se no sarau dançante que o Clube Internacional ofereceu a seus sócios. Sob o patrocínio “Diario de Pernambuco”, o grupo realizou um espetáculo beneficente no presídio de Itamaracá.

Badú morou por uns tempos no Rio de Janeiro. Contratado pela Rádio Tupi, estrelou o programa “Chez Badoux”, produzido por Antônio Maria. Seu talento e popularidade levaram-no ao teatro de revista, em shows como “Chuva de estrelas” (1948), “Confete na boca” (1948), “Canta Brasil” (1952).

No cinema, participou das produções: “Pif-paf” (1945), “Esta é fina” (1948), “Fogo na canjica” (1948), “Eu quero é movimento” (1949) e “Noites de Copacabana” (1950), entre outras.

Badú faleceu em Campinas em 08 de dezembro de 1978.

 

Compartilhe: