Nilo Scansetti

Nilo Scansetti nasceu em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em 1901.

Registrado pela DOPS/PE como artista enciclopédico, de acordo com as informações contidas no prontuário individual 2963, produzido pela polícia a seu respeito, Nilo Scansetti sabia atuar, tocar e dançar. Era casado com Zélia Scansetti, também fichada pela DOPS/PE. Não se sabe ao certo quando se mudou para o Recife, mas apresentou-se na cidade entre as décadas de 1920 e 1940, além de ter exercido outras atividades profissionais.

Entre os dias 15 e 16 de janeiro de 1926, por exemplo, o “Diario da Manhã” e o “Jornal Pequeno” noticiavam a participação de Nilo Scansetti – o campeão carioca – em uma maratona de 100 horas de danças realizada no Teatro do Parque, na qual se buscava vencer o recorde. Já em 23 de setembro de 1932, em uma matéria anunciando as próximas atrações do Taco de Ouro, Nilo é citado como diretor artístico do cassino e como ex-integrante da Companhia Tro-Ló-Ló, do Rio de Janeiro. Ao longo do prontuário na DOPS/PE, Scansetti aparece também como cabarettier do Casino Atlântico e do Imperial Casino, indicando que teve papel importante dentro desse circuito no Recife.

Nilo também foi chamado pela imprensa local de o rei da sanfona, na ocasião em que se apresentou em festa junina do Clube Internacional, tendo participado também como músico de outros eventos da sociedade local. Por meio dos jornais locais, foram localizadas apresentações de Nilo acompanhado por um conjunto, na Rádio Club de Pernambuco, e na inauguração à imprensa do Pérola Bar, onde tocou a polca “Barril de chopp”, com arranjo próprio, boleros e outras músicas. No ano seguinte, apresentou-se na festa dos ex-alunos do Colégio Dom Bosco e na festa da Escola Rural Alberto Torres.

Nilo Scansetti foi fichado em 1937. No entanto, existem registros de detenções para averiguações em 1934, 1937 e 1944. O documento mais antigo do prontuário 2963 é uma compra de tecidos realizada em 1933, no Armazém Nova Aurora. Consta também na pasta um pequeno pedaço de papel com anotações do mesmo teor, sem data. Ambos, podem estar relacionados a seu trabalho como cabaretier em diversos estabelecimentos do Recife. Entre a documentação do referido prontuário, há ainda o registro de uma queixa, possivelmente, prestada por Josefa Alves Feitoza contra Nilo. Ela o acusa de ter embarcado no navio a vapor Aratimbó sem comprar passagem. No entanto, não há informações detalhadas a respeito do episódio e seu desfecho. O outro documento a respeito do assunto é bilhete manuscrito de difícil compreensão.

 

 

 

 

 

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