Maria Montesinos

Maria Montesinos (ou Montezinos) nasceu na Espanha em 1911.

No final dos anos 1920, já atuava no Brasil, dançando em cinemas, teatros, cassinos e cabarés no Rio de Janeiro, sendo descrita como provocante e cosmopolita.

Em 1936, em São Paulo, integrava a diretoria do Grupo das Desprezadas, vinculado ao Clube Carnavalesco dos Excêntricos. Quando de sua primeira passagem pelo Recife, em julho de 1937, ocasião em que se apresentou no Imperial Casino, o “Diario da Manhã” destacou-a como a mais absoluta das bailarinas hespanholas. Não se sabe o motivo pelo qual Maria Montesinos só foi fichada pela DOPS/PE em junho de 1939, quando estava de volta ao Recife para cumprir nova temporada no mesmo local.

Segundo o “Correio Paulistano” em reportagem publicada em 1938, Maria Montesinos era tão interessante às três horas da madrugada, cantando tangos, bebendo uísque, como às cinco da tarde, vendo vitrines, ou fazendo as unhas, ou passeando sem querer ir a parte alguma. O mesmo jornal publicou nessa ocasião a interessante opinião da bailarina sobre “Romeu e Julieta”:

“O que mais me desagrada em Romeu é a falta de iniciativa. Se tivesse sugerido a Julieta que fugissem juntos, ela, apaixonada como estava, tê-lo-ia acompanhado de olhos fechados. Mas Romeu, estúpido, preferiu a isso ficar ridiculamente pendurado na escada de corda, atirar-se ao chão na cela de frei Lorenzo e a ingerir, num cemitério, como uma costureirinha qualquer, uma pastilha de sublimado!… Horrível!”

 

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