Alexandre Guilherme Berzin

Alexandre Guilherme Berzin, conhecido como Alexandre Berzin, nasceu na cidade de Riga, capital da Letônia, no dia 31 de janeiro de 1903. Ao chegar ao Brasil, em 1927, houve alterações na grafia de seu nome, que passou de Behrsing para Bersing e, depois, para Berzin.

Alexandre foi prontuariado pela DOPS/PE muitos anos depois de ter chegado ao Recife. No prontuário individual 9165, constam documentos dos anos de 1943-1944. Além dos dados de origem, por meio de seu registro geral, é possível saber que Alexandre Berzin casou-se com a brasileira Ana do Vale Berzin, com quem teve uma filha: Aurélia do Vale Berzin. São registradas informações também sobre suas atividades como fotógrafo e sua circulação pela Usina Cucaú, localizada no município de Rio Formoso, entre 1943 e 1944.

Berzin era fotógrafo e ao chegar ao Brasil fixou residência em Belém do Pará para trabalhar na casa fotográfica do italiano Filippo Fidanza. Lá, permaneceu apenas por um ano. Em 1928, transferiu-se para o Recife, onde abriu um estúdio de fotografias chamado Foto AB, localizado à Rua da Imperatriz, no centro da capital, no qual também trabalhava com esculturas. O estabelecimento tinha movimento comercial bem regular e grande estoque de material fotográfico, sendo frequentado por brasileiros e estrangeiros, de preferência americanos.

A trajetória de Berzin se confunde com a história da fotografia em Pernambucano, tendo sido um dos profissionais que se destacaram na documentação da vida e da paisagem do estado. Hoje, seus negativos e fotografias encontram-se divididos entre os acervos do Museu da Cidade do Recife e da Fundação Joaquim Nabuco. Nessa trajetória, Berzin também abriu espaço à formação de novos talentos, tendo sido professor de fotografia da Escola de Arte do Recife. Em 1948, juntamente com a Sociedade de Arte Moderna, promoveu um curso de fotografia para formação de técnicos, com direito a ampla matéria no “Jornal Pequeno”.

Ao longo de décadas, suas fotos figuravam nas páginas da imprensa, ilustrando reportagens no “Jornal Pequeno”, no “Diario de Pernambuco” e na “Revista Caeté”. Além disso, realizou trabalhos para a Livraria Moderna para a conservação da memória do Teatro de Santa Isabel. No final da década de 1940 e início dos anos 1950, amplia suas atividades, presidindo o Foto Cine Clube do Recife, associação fundada em 1949, e funda um clube de cinema no Recife, com nomes como Jota Soares e Firmo Neto.

Na edição de 02 de outubro de 1941 do “Diario da Manhã”, em um comunicado veiculado pela Diretoria de Estatística, Propaganda e Turismo (DEPT)  na coluna “Minuto da cidade e do pôrto do Recife” sobre a evolução da fotografia no Recife, Berzin é citado como um dos profissionais que ajudaram a mudar o olhar sobre a cidade, ao lado de outros profissionais como Rebelo, Oscar Maia, Lula Cardoso, Ulisses Freire, Benício Whatley Dias e Jujú. Nessa perspectiva, a matéria destaca o trabalho de documentação desenvolvido por Berzin no Departamento sem a forma rígida de reprodução, mas com um profundo sentido interpretativo.

A mesma coluna “Minuto da cidade e do pôrto do Recife” volta a publicar notícias sobre o DEPT no dia 17 de junho de 1942, desta vez enfocando a criação de sua Fototeca e a valiosa contribuição de Berzin: a doação à fototeca municipal de uma larga coleção de negativos, penosamente acumulados durante anos de trabalho, a maior parte deles nas rápidas folgas dos domingos, ou nas escassas férias anuais. Associado a esse gesto, o DEPT tece o comentário de que Berzin não tem sido um profissional estéril do ganho, mas um artista e um colaborador, realizando quasi todo esse patrimônio de belas fotografias do Recife hoje divulgadas pelo DEPT e pelo extinto Serviço de Estatística e Pesquisas da Diretoria de Docas.

Alexandre Berzin morreu no Recife no ano de 1979.

 

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